Entre os anexos encontra-se a lista dos resultados das datações obtidas pela técnica da análise do Carbono 14 para esta área. Essa lista mostra que o Homem já vivia na área do Parque Nacional desde há, pelo menos, 50.000 anos atrás e que sua presença foi contínua até a chegada dos colonizadores brancos.
As escavações, ainda não terminadas, já permitiram encontrar vestígios da presença humana de 18.000 anos. Nesse sítio foram descobertos pedaços de cerâmica, datados de 8.960 anos, o que faz delas as mais antigas das Américas. Nele também foi descoberta a primeira peça de pedra polida da Américas, uma machadinha datada de 9.200 anos.
Essas sociedades pré-históricas viviam em equilíbrio com o meio ambiente, que utilizavam de diferentes maneiras, sem jamais esgotá-lo. O modelo econômico que podemos deduzir dos estudos feitos na região do Parque Nacional é o seguinte:
Nas aldeias encontramos peças polidas e lascadas que foram utilizadas como raspadores, facas, mãos de pilão, batedores e moedores, machados (alguns do tipo semilunar), discos (alguns deles perfurados), tembetás e pingentes usados como adornos.
Existem peças, no entanto, como esses discos polidos, descobertos na aldeia da Queimada Nova, cuja função é desconhecida. As matérias-primas mais utilizadas por esses grupos foram o quartzo, quartzito, xisto, calcedônia, sílex e o granito.
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Novos dados sobre as formas de sepultamento desses grupos foram revelados em recentes descobertas dos sítios Cana Brava e Toca da Baixa dos Caboclos. Em Cana Brava, sítio localizado no município de Jurema ao sul do Parque Nacional, encontramos dentro da própria aldeia, cinco sepultamentos, primários, em urnas funerárias, de crianças entre um a cinco anos de idade. Procuramos agora descobrir como e onde esse grupo enterrava os adultos. No abrigo Toca da Baixa dos Caboclos, localizado no município de Gervásio de Oliveira, ao norte do Parque Nacional, os enterramentos eram feitos também em urnas e em fossas escavadas na própria rocha do abrigo. Na primeira urna escavada encontramos uma criança, com cerca de seis meses, com cabelos cortados rente na testa e, próximo ao seu crânio uma haste de madeira quebrada em 3 pedaços, parte do enxoval funerário.
Como podemos observar através dos dados arqueológicos, existe uma riqueza e variedade de informações sobre esses grupos. Novos estudos estão sendo realizados com a finalidade de estabelecer se as diferenças verificadas nos sepultamentos representam diferenças sociais ou diferenças culturais, assim como, a orígem, o modo de subsistência e a tecnologia dos diferentes grupos ceramistas que ocuparam esta região na pré-história e no período do contato com o europeu.
Todos os povos originários da área do Parque Nacional foram exterminados pelos conquistadores brancos e deles, hoje, só nos resta o que a arqueologia consegue descobrir.
Retirado do site: http://www.fumdham.org.br/pcultural.asp