segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Formol não é legal


Apesar de proibida, a substância ainda é adotada. Segundo a Anvisa, seu uso fez triplicar as queixas após alisamentos em 2009. Mas, afinal, por que há profissionais que insistem em colocar em risco sua saúde e a da cliente?

Em 2006 uma febre se alastrou pelo país: a escova progressiva à base de formol. Com a promessa de deixar os fios lisos e brilhantes, conquistou cabeleireiros e mulheres ansiosas por domar os cachos. Assim que a moda apareceu, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) se apressou a soltar o alerta: o ativo é cancerígeno e faz mal à saúde.

Algumas empresas de cosméticos também encabeçaram campanhas de conscientização para os perigos da substância. Mas, mesmo com tanta informação, alguns profissionais continuam aplicando o produto. Tanto que o Ministério da Saúde acaba de baixar uma resolução – a RDC 36, de 17 de junho de 2009 – proibindo sua comercialização em drogarias, farmácias, supermercados, empórios, lojas de conveniência e drugstores. O objetivo é coibir a utilização indevida do formaldeído. Por conta da interdição, há quem tente burlar a lei apelando para o glutaraldeído, um desinfetante hospitalar quimicamente semelhante ao formol. “Mas ele também é expressamente proibido”, diz Érica França, especialista em cosméticos da Anvisa. “Pudera, é dez vezes mais perigoso do que o formol”, esclarece a médica Maria Fernanda Gavazzoni, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, regional do Rio de Janeiro. Segundo a Anvisa, as notificações de danos causados por fórmulas para alisamento capilar triplicaram no primeiro semestre de 2009 em comparação com todo o ano de 2008. E, na maioria dos casos, há suspeita do uso de formol.


“Todos os dias atendo pelo menos uma paciente prejudicada pela escova progressiva”, confirma o tricologista Luciano Barsanti, presidente da Sociedade Brasileira de Tricologia, e autor do livro Dr. Cabelo (Editora Elevação). O expert faz questão de enfatizar: “O formol não é um alisante, mas sim um conservante que, potencializado pelo brushing e pela chapinha, confere o efeito liso”. Sua colega Maria Fernanda Gavazzoni assina embaixo e faz uma comparação: “O produto encapa os fios como a calda grossa e endurecida que envolve a maçã do amor. Por fora, fica aquele brilho, dá a impressão de que o cabelo está hidratado. Mas, ao contrário, a fibra perde toda a água”.

E não só isso: “A química remove proteínas essenciais à saúde das madeixas”, alerta. Alberto Keidi, farmacêutico-bioquímico e consultor da Protocolo Consultoria e Personal Health Care, em São Paulo. “O cabelo fica rígido e tão fragilizado que o simples pentear rompe a fibra capilar. O resultado é alopecia temporária ou permanente”, conclui o especialista.


A Uso Inadequado do Formol é Crime


Desde o último dia 18, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a proibição da venda de formol em farmácias, supermercados, lojas de conveniências e outros estabelecimentos que não se enquadrem dentro da restrição determinada pelo órgão.


A medida foi adotada por conta do uso inadequado do produto em procedimentos de estética. Os estabelecimentos abrangidos pela resolução têm um prazo de 180 dias para efetuar as adequações.

A Anvisa informa que o consumidor pode denunciar eventuais irregularidades às vigilâncias sanitárias locais, ou também à ouvidoria da Anvisa ou ainda pelo Disque Saúde, no 0800 61 1997.

De acordo com a Resolução 36/09, aprovada pela Diretoria Colegiada da Anvisa, a adição de formol ou de formaldeído (solução a 37%) a produto cosmético acabado em salões de beleza “acarreta riscos à saúde da população, contraria o disposto na regulamentação de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes e configura infração sanitária”.

Segundo a especialista em cosméticos da Anvisa, Erica França, o formol, considerado cancerígeno, vinha sendo vendido em frascos para qualquer consumidor de forma indiscriminada e sendo utilizado em procedimentos conhecidos como “escova progressiva”, para alisar cabelos.

Segundo Erica, a venda de formol está autorizada apenas para empresas de atividades bioquímicas e para universidades que fazem o uso do produto para a conservação de cadáveres destinados à estudos científicos.

“Profissionais de saúde, como dentistas e clínicas que precisam conservar tecidos para análises de biópsias, poderão adquirir o produto em distribuidoras especializadas”, explica.

Erica chama a atenção para uma série de problemas de saúde decorrentes do uso do formol. Quando inalado, o produto pode causar irritação das vias respiratórias. Em contato com a pele pode haver irritação, queda de cabelo e, em alguns casos necrose. “Quanto maior a frequência e a quantidade do produto usada, maiores são os efeitos colaterais”, diz.

A adulteração de produtos cosméticos, com adição de formol, por exemplo, é considerado crime hediondo pelo Código Penal Brasileiro. “O estabelecimento que usar o produto indevidamente poderá arcar com multa de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhões, além de o estabelecimento correr o risco de ser fechado”, afirma Erica. Segundo ela, o responsável pelo delito pode pegar pena de até 15 anos de prisão.


O Fantástico fez uma matéria sobre o uso inadequado do formol e suas consequências.
Postei o vídeo para que todos assistam.


Muitos profissionais estão oferecendo as escovas progressivas como tratamento de cabelo, dizem que hidratam, que domam os cachos, mas os únicos alisantes são o ácido tioglicólico (tioglicolato de amônia, etanolamina) e a guanidina, além dos hidróxidos de sódio, potássio, cálcio e lítio.

Escova progressiva NÃO É HIDRATAÇÃO, apesar dos cabelos ficarem com brilho e macios, é mera ilusão, uma simples escova dá este efeito, enquanto que a progressiva, seja ela (inteligente, marroquina, egípcia, chocolate, argan, morango, champanhe, cristalização), são tantos os nomes dados e inventados, enfim todas causam danos ao fio e principalmente á saúde.

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